terça-feira, 7 de dezembro de 2010

SEMEANDO... (Manuel da Fonseca)



Só hoje nos é possível iniciar a publicação da(s) notícias sobre o evento que o Centro de Documentação do Pão levou a efeito no dia 20.11.10, com a nossa colaboração e a do Centro Cultural Popular Bento de Jesus Caraça.
Começamos pela «Mesa de Homenagem a Manuel da Fonseca», moderada por Camilo Mortágua e que contou com os depoimentos de Matos Serra e Luís Filipe Rocha.
Para além de alguns outros contributos, nomeadamente o do Tonico Rações, o cante do Grupo Coral Feminino de Viana do Alentejo enriqueceu o momento, que consideramos «histórico», dada a profundidade do conteúdo da mensagem que ao autor do filme «Cerro Maior» houve por bem partilhar com os presentes.
Camilo Mortágua, lastimando não ter convivido de mais perto com Manuel da Fonseca, deixou a terminar a sua convicção da importância, cada vez mais premente, da Amizade, como valor a salvaguardar «nos tempos que correm».
Deixamos, em vídeo, um apontamento do ocorrido.

http://www.youtube.com/watch?v=9UPGsIBXe-w

sábado, 4 de dezembro de 2010

INOVAÇÕES DESENVOLVIMENTISTAS

As fotos referem-se a dois momentos de Manuel Fialho na Confraria do Pão: junto ao Forno, cantando Fado, no decurso de um Almoço por si confeccionado para Amigos e Confrades; no dia 08.06.02, a quando da sua entronização.



A CERTIFICAÇÃO DOS GATOS COMO LEBRES

Caro Manuel Fialho
Vimos felicitar-te pela distinção com que os teus Confrades te honraram. Merecida, mais que merecida, justa. Pelo que tens feito pela Gastronomia. Em geral, e a Alentejana em particular.
Claro que vamos aproveitar para te lembrar dois ou três factos, curiosos e «actuais», tanto mais que os que te honram contigo estão envolvidos em estratégias aparentemente obscuras.

Passemos, então, a eles.

És (?) também Confrade da Confraria do Pão (Alentejo). A qual sempre te distinguiu com o reconhecimento das tuas qualidades e a compreensão para com as limitações. Para aceitarmos algumas delas foi-nos necessária muita paciência…
Por exemplo, quando em 2001 e na sequência da nossa pública (no Jornal Há Tanta Ideia Perdida) intenção de organizar o I Congresso de Cultura Mediterrânica, nos vieste anunciar «um Congresso de Dieta Mediterrânica» que estaria já agendado «desde há muitos meses». Bem te lembrarás que nos foi fácil descobrir o papel que tu, a «tua» Confraria e o então Secretário de Estado do Turismo, desempenharam na tramóia, «cozinhada» em Dezembro num repasto conspirativo no decurso do Festival Gastronómico de Caça. Foi preciso paciência, muita paciência, para não tornar público a produção de documentos (cartas) falsas e outras indignidades próprias de politiqueiros que reconhecemos não seres mas em que te deixaste envolver.

Já então tinhas «queimado» as mãos na sertã, oportuna e faustamente organizada no Museu de Artesanato de boa memória, ostensivamente esquecendo (e ofendendo!) as e os obreiros da Cultura Gastronómica desta região, simples, sóbria e fraterna, tanto quanto simboliza uma açorda comida do barranhão ou umas migas gatas da sertã.

Depois, em Outubro ainda de 2001, em Santarém, no âmbito de uma Assembleia Geral da Federação das Confrarias Gastronómicas de que eras Presidente, organizaste e promoveste a presença duma técnica do Ministério da Agricultura para «dirigir» os trabalhos e se preparar para nos, aos sócios, entenda-se, ditar orientações e impor caminhos. Ao que, como te lembrarás, a Confraria do Pão reagiu com a dureza necessária para evitar a conspurcação dos princípios que regem a vida associativa.

A mesma, já então conhecida no Ministério pelos seus interesses particulares (familiares) na Certificação, que se opunha violentamente à prosseguida certificação do Pão Alentejano por parte da nossa Confraria.

A mesma que desconhecia o termo marrocates e sobre eles só pretendia saber a receita!

A mesma que, no Ministério da Agricultura de Itália, foi denunciada em Abril de 2002 como «pessoa de mau carácter» pelos argumentos que, em nome de Portugal, usava nas instâncias europeias para se opor à certificação do «Pão de Altamura», curiosamente parecido com o nosso. Como a seu tempo publicámos no «Há Tanta Ideia Perdida» que, como Confrade, recebias regularmente.

A mesma que «deixou preparar» para o então Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, em Fevereiro de 2003, um dossier com que, entusiasmado, nos recebeu, pronto a anunciar-nos o desbloqueamento das dificuldades da certificação. O dossier em questão, afinal, tratava-se da certificação dos «pães» de uma das duas grandes empresas criadas precisamente para, a coberto de amizades, compadrios e impunidades, produzirem descaradas (e perigosas!) falsificações de «Pão do Alentejo», acumulando avultadíssimos lucros.

A mesma que, no mesmo ano de 2003, havia ignorado as conclusões de um estudo encomendado pela CCRA (actual CCDRA) que apontava para o Pão Alentejano como principal produto tradicional, uma vez mais obstruindo a sua certificação, «impossível», como salientou, antes de passar ao… mel.

A mesma com quem os teus Confrades (e tu!) estão irmanados para «a certificação do Pão Alentejano para que os consumidores não comprem gato por lebre».

Está garantido, a impunidade com que circulam no Alentejo e na Região de Lisboa as perigosas falsificações a que atrás nos referimos vai ser certificada. Com o apoio da «tua Confraria» e da Técnica que deixou (má) fama no Ministério onde trabalhava e na União Europeia.

Já se vê, certificação elaborada sem a Confraria do Pão (Alentejo), para que os consumidores melhor possam confundir os gatos com as lebres. Ou seja, certificando as gatas e esquecendo as migas. Em nome (e ao serviço) do interesse económico.

Nunca em nome do Pão, contra O PÃO!

Como se fosse possível a confusão entre o Godinho da Confraria e o de Aveiro…

Pobre Manel!