sexta-feira, 11 de junho de 2010

Na Feira do Campo, em Aljustrel, a 11.06.10



Levámos Pão que demos a provar a quem quis connosco partilhar a caminhada destes milhares de anos em que ele tem sido «o incansável mitigador da Fome», «o inseparável companheiro do Homem».

Também levámos «o outro pão», que nos enriquece o Viver, que nos «alimenta a alma», a Cultura.

Distribuímos informação sobre «As vantagens do Pão Tradicional para a Saúde» e sobre «A Caminhada»; do Pão, claro. Deixámos uma centena de exemplares dum folheto com cinco décimas. E oferecemos o livro das «Actas do Congresso da Cultura Mediterrânica» para a Biblioteca Municipal.

Sobretudo, transportámos nos nossos corações e memória o que nos tem sido possível aprender com «os construtores do Saber». Alguns doutores, como Emílio Peres, outros com pouca instrução mas também cultos…

Procurámos ser sóbrios na postura e simples no verbo, sem perder o rigor.

Assinalámos que o Pão Tradicional é promotor da Saúde e que os outros feitos com farinhas corrigidas ou massas congeladas, a exemplo de baguetes, tostas, bolachas, cerais e outros que tais, são na generalidade alimentos perigosos que contribuem para as doenças do mundo moderno, à cabeça das quais a obesidade.

Lembrámos os tempos da Fome que volta a espreitar os campos de Portugal.
(…)
Tenho esta recordação
Do tempo do Estado Novo,
A maior parte do Povo
Tinha esta alimentação.
Pouco mais davam que o pão,
E tinha que ser aceite,
Por não haver quem respeite
O esforço violento
Só nos davam de alimento
UMA AÇORDA SEM AZEITE

Como denúncia de quem quer contribuir, como pode, para que ao Alentejo e ao País não volte a indecência da desumana exploração do homem pelo seu irmão.

E deixámos uma mensagem de esperança, aquela que dá razão ao nosso Viver:
(…)
Do infeliz me despeço,
Sobre o que ouvi me confundo
Há tantos outros no mundo
Que são generosos, confesso,
Labutando p’lo progresso
Em tanta transformação
E que dia após dia vão
Sempre praticando o bem
Pra que não diga ninguém
EU TENHO FOME E TU NÃO!

Tempo, ainda, para assinalar o nosso carinho por «irmãos de caminhada» da envergadura do Sérgio Godinho, a quem ofertámos um Pão de 3 Kgs.
Quem nos ouviu e connosco conviveu mostrou respeito pelo Pão. E pela Confraria. Até fomos entrevistados pela Rádio Voz da Planície e pela Rádio Pax. Em directo e sem censura, como agora já voltou a ser moda…

Tudo isto na véspera do 81º aniversário do Ti Limpas que amanhã vamos festejar com o Cante do Grupo Coral Feminino de Viana do Alentejo, com as décimas do Coimbra e com o Pão da Confraria que havemos de fazer para lhe levar e com ele recordar:
Na roda da nossa vida
Tudo pode acontecer
Mas o verdadeiro saber
Da Felicidade perdida
É uma jóia bem escondida
Pelo Povo com tradição
Que na sua alimentação
Conserva a simplicidade
De gritar em liberdade:
BEBA VINHO E COMA PÃO!

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