segunda-feira, 6 de abril de 2009

«DECLARAÇÃO DE INTENÇÕES!»

Predrag Matvejevitc, uma das maiores personalidades da Cultura Mediterrânica, a «enterrar a semente», com o Ti Anastácio e o seu «Boneco» - Novembro de 2002
(Foto de Luís Monte)



A Confraria do Pão (Alentejo), vive um momento muito difícil resultante de um conjunto de factores que estão identificados e a seu tempo serão tornados públicos, contextualizados e largamente documentados, através da edição de «A Nova História do Pão – A Confraria e o Poder Contemporâneo».
Ao contrário dalguns, felizmente poucos, confrades que encaram a mudança da sede social, não só de concelho, como até, eventualmente, de país,
estamos cá para ficar e combater as iniquidades. E dificultar a vida aos “arrivistas”. Este é o nosso espaço identitário e por ele lutaremos. O nosso desígnio enquanto associação cultural não nos permite outras atitudes. Qualquer que seja o preço que tenhamos de pagar.
Contudo, quem nos conhece sabe bem que nunca derrotará os princípios pelos quais pautamos a nossa acção, entre os quais a frontalidade com que recusamos os aliciamentos mais ou menos obscuros; que ganha sentido porque jamais olvidamos a lealdade com que justificamos as nossas opções e comportamentos.
Nesta época de crise da Cultura e dos princípios, sem reivindicar nada mais do que o direito a assim pautar o nosso viver, consideramos importante esclarecer que nada nos move contra a ASAE, mesmo quando consideramos a sua existência inconstitucional.
As «polícias», cada vez mais tornadas necessárias pelo viver contemporâneo, norteiam a sua acção por Leis e Regulamentos que são da responsabilidade dos governantes, é bom não esquecer que mandatados através de eleições livres, à luz da noção moderna de liberdade. E mesmo quando da interpretação daquelas resultam excessos aberrantes, é ao(s) Governo(s) que se deve imputar a responsabilidade.
Assim, a Confraria do Pão compreende a acção que a ASAE, consta que a pedido do Presidente da Câmara de Alandroal, levou a efeito aparentemente contra a sua produção de Pão. Tal como compreende, discordando, que o Juiz do Tribunal de Redondo, entenda confundir a Confraria com uma empresa e nela constatar, em abstracto como ditou, um perigo para a Saúde Pública, mesmo que suportado na pressuposta utilização de água dum poço inexistente, como deixou exarado na sentença.
Cada um no seu lugar.
À ASAE, esperamos, compete cumprir ordens governamentais.
Aos Tribunais administrar a Justiça, convinha que mais rapidamente, tanto para o Primeiro-ministro como para o cidadão João-Sem-Pão.
A Confraria, quando da acção daqueles resultem danos significativos para a prossecução dos seus objectivos estatutários, mesmo que constrangida, pugnará por informar a opinião pública de molde a, através da análise e crítica, contribuir, directa e indirectamente, para melhorar as leis e a sua interpretação, denunciando sempre que tal se mostre necessário o(s) governante(s) responsáveis, seja por acção, seja por omissão ou demissão.
Podem descansar os que gostariam que nos sentíssemos vítimas ou que enveredássemos pelo pessoalismo. Continuamos a defender ideias de que resultam «combates». Sempre e só na busca de novas auroras de fraternidade e simplicidade, em que a Liberdade seja… concreta!
E se é certo que recusámos publicamente partilhar o nosso Pão com o então Presidente Bush, aqui convidamos o Presidente Obama a comer uma Sopa (com o nosso Pão) nas nossas instalações. Sempre que quiser. Mesmo com a proibição da ASAE, dos Tribunais e dos Governantes. Em ambiente fraterno. E livre, o que significa que lhe não prestaremos vassalagem; mesmo (ou por) lhe reconhecermos uma postura responsavelmente dialogante.
Já agora, aconselhamo-lo, por questões de Saúde Pública, Ambiente e Higiene da Mente, a vir antes dos milhares e milhares de postos de trabalho que vão (?) ser criados pelos empreendimentos turísticos que se irão (?) estender desde Juromenha ao (novo) condado do Esporão e até à da Serra d’Ossa, como verdadeiros PINs
[1] que já são desde há anos, com ou sem paraísos fiscais.
Como dizia o nosso querido António Aleixo, «Prá mentira ser segura e atingir profundidade, tem de trazer à mistura qualquer coisa de verdade». Nos tempos que correm, já chega pouca coisa. A memória encurtou na razão inversa da indignidade.
Pobre democracia que se alicerça nestes «interesses».

[1] PIN = Projecto de Interesse Nacional

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