domingo, 8 de março de 2009

Quem somos

Desde há dez anos que vimos alimentando a nossa Confraria-sonho. Entre outros objectos, de natureza social e solidária, a Confraria do Pão visa
“promover actividades de investigação científica e socioculturais que concorram para o melhor conhecimento, reconhecimento e enquadramento do pão como símbolo da gastronomia alentejana, em particular, e da dieta/alimentação mediterrânica em geral, enquanto componentes importantes da cultura popular”

São objectivos da Confraria do Pão, entre outros:
a) aprofundar o estudo do pão tradicional, nomeadamente do Alentejo, como exemplo paradigmático da riqueza alimentar da Alimentação Mediterrânica,
b) sensibilizar a opinião pública em geral, e a alentejana em particular, para a importância da manutenção do pão tradicional e da sua gastronomia para a sua saúde física e mental,
c) contribuir para a implementação de certificação aos produtores de pão tradicional que pautem o seu fabrico regular por uma qualidade assinalável,
d) contribuir para que a actividade panificadora que preserve a riqueza alimentar do pão tradicional seja reconhecida e apoiada como “de utilidade pública”

Recorrendo-nos de uma imagem do «nosso» saudoso Emílio Peres, quando defendemos
O Pão como cerne de um estilo alimentar e de vida, que urge preservar, assim como a cultura que se relaciona com esse estilo, desenvolvendo-a e harmonizando-a com os novos tempos.
Queremos contribuir para restaurar a compreensão do pão, do gostar de pão, do consumir pão.
Não como manifestação saudosa de apelo à saudável tradição alimentar aprazível dos povos mediterrânicos.
Queremos muito mais!
O que estamos a pedir e desejar é que se passe a comer comida em vez de engolir coisas, que se procure o sadio e se adapte aos gostos e meios do nosso viver actual e que se repudie os comeres funestos da cidade desta época de crise da cultura.
E que, de uma vez por todas, se respeite o mundo rural em vez de, em romarias modernas de fim de semana, o visitar em jornadas de despudorada pressão aculturadora.
Isto é, que também se respeite o exemplo da Confraria do Pão na essência do seu viver, bem retratado por Emílio Peres quando, em 2003, assinalava:
«Nela se congregam pessoas que guardam memórias e que pugnam por futuros dignos e felizes em conformidade com o nosso património cultural.
Nela se acautelam saberes para moldar uma modernidade que honra, aprofunda, prova, aplica e incrementa as especificidades da nossa identidade.»
E por João Paulo Taborda, em 2006, no Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade, de que destacamos:
«…o Pão... na Confraria, mais do que alimento para a boca é um conduto para a Vida, um sustento para o espírito…»

É o que aqui nos comprometemos a fazer, tendo sempre presente a moderação, o entusiasmo e o optimismo, mas sem virar a cara a canseiras e incómodos, nomeadamente os que nos vierem a ser criados pelos que se sentirem atingidos nos seus interesses mais ou menos obscuros.
E assim faremos pelo prazer que nos dá e por bem sabermos que o futuro só será de desenvolvimento e felicidade se o Pão e a sua Cultura de sobriedade e frugalidade forem respeitados.
Assim faremos porque queremos honrar o legado de Homens como Emílio Peres e, como assinalou o nosso querido Confrade João Duarte Freitas,
«O Homem é a centralidade do Mundo e a LIBERDADE o seu modus vivendi, onde se encontra com os outros e, obviamente, com a CULTURA .»
Continuaremos «com quem vier por bem», como dizia o poeta-cantor e escrevia o nosso Confrade João Godinho, artesão de estanho, no já distante Setembro de 2000,
a construir e a consolidar nesta parte do mundo, o sonho a que temos direito, a harmonia saudável entre o Homem e a Terra, construindo o futuro, vivendo o presente e procurando entender o passado sem preconceitos nem fundamentalismos.
Registamos que «vir por bem» para a Confraria do Pão, hoje, tal como para o Zeca Afonso, então, significa tão só ter ideias, quaisquer que sejam, e defendê-las com afinco e dignidade, isto é, sabendo confrontá-las com outras opiniões, numa saudável dinâmica contrária aos unanimismos acríticos da moda.

Estão, pois, todos convidados a «vir connosco».

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